E ontem encontramos eu, a Kika, o Kil e o Danilo no Ponto Um para bater papo. Como eu estava com saudade dessas nossas conversas! Eles sempre degeneram para altos papos mirabolantes, e esse é um dos motivos que eu os adoro.
A gente discutiu bastante a questão dos vícios típicos da nossa adolescência: videogame, RPG, card games. Longe de ser os vícios em cocaína ou anti-depressivos, mais ainda assim consumiram grande parte daquele tempo.
E nós, agora pessoas mais maduras (eu, particularmente, fiquei muito mais bonito, também! 😀 ), às vezes olhamos para trás com alguma culpa. O Danilo comentou que fica pasmo ao imaginar que depois de um tempo via que tinha gastado 40 horas para terminar Baldur’s Gate 2. Eu, que só de World of Warcraft devo ter gasto duas ordens de grandeza a mais, ainda acho que se você tem tempo para a família (incluindo namoradas e afins), amigos e atividades de sua responsabilidade, pode fazer o que quiser com o tempo livre, mesmo que seja jogar videogame até o braço doer.
O Danilo não deixa de ter certa razão quando diz que joguinho não é lá muito construtivo, como ler um livro. Certa razão porque isso é muito subjetivo. É fácil achar exemplos de jogos bons mais construtivos que livros ruins. E, claro, o ideal é o melhor dos dois mundos. Não é porque eu jogo Sim City três horas por dia que eu não posso ler meia hora todo dia antes de dormir, ou no final de semana, ou no busão.
No final, acho que saber que crianças e adolescentes que passam o dia inteiro em mundos virtuais, e que tem todos os amigos no MSN tem a ver com o que nossa sociedade está se tornando. Mas se esses mesmos adolescentes vão crescer em pessoas maduras e relacionáveis, isso tem a ver com o ambiente que crescem, e depende muito dos pais, e não necessariamente são coisas correlatas. Como diz o Kil, você precisa de uma prova para dirigir, mas qualquer idiota pode ser pai. É uma pena, mas é verdade.
Ou seja, eu culpo essa geração de pais relapsos. Até, obviamente, ser minha vez se ser pai.
Até!