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Amanhã, às quatro da manhã, saio daqui de Fish Hoek para Dar-es-Salaam, capital da Tanzania (na verdade a capital é Dodoma, mas era Dar), com previsão de retorno dia 17 de Dezembro. Não devo ter Internet regular por lá, então fica aqui um até breve. Estou levando a máquina fotográfica para mostrar para vocês um pouco de lá quando eu voltar.

Até!

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Achei esse site muito bacana, o ANIMOTO. Ele cria vídeos em cima de álbums de foto, inclusive importante automaticamente do Picasa. Muito da hora. Em menos de cinco minutos, fiz o vídeozinho abaixo da Johnny Rocker:



Muito bacana. Dá pra fazer maiores, mas resolvi fazer um curtinho para ver como era. Até!

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E terminou minha semana aqui em Johannesburg. Foi bem proveitosa, entrei em contato com clientes, melhorei meu inglês, e hoje aproveitei o último dia para ir ao Apartheid Museum, um museu gigante que conta a história do sistema racial de separação que marcou a África do Sul para sempre. É muito bem feito, conta a história de um jeito bem acessível e dinâmico. Mas a história, claro, é muito triste. Tem um belo resumo na Wikipédia.

O mais impressionante é saber que quando eu era moleque, o sistema estava firme e forte por aqui, e só finalmente caiu quando a liderança da África do Sul deixou de ser relevante no contexto da Guerra Fria, e os EUA começaram a pressionar com boicotes. Claro, teve vários fatores internos, mas se os EUA (e a Grã-Bretanha também, em menor escala) ainda quisessem uma garantia anti-comunista no cone sul africano, acho que ainda teríamos um governo branco por aqui.

Outra coisa bem interessante é que só haviam visitantes brancos no museu. Encontrei dois curadores, planejando uma nova exposição temporária, também brancos. Mas o caixa, seguranças, garçons e atendentes eram todos negros. Que fim do apartheid, heim? O governo da ANC passa por um problema bem semelhante ao governo do PT no Brasil, o completo deslumbre pelo poder. Triste.

Tirei essa foto, do skyline de Johannesburg, do museu:

Até!

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E hoje assisti ao polêmico Tropa de Elite. Na minha opinião, longe de ser um Cidade de Deus, mas dá para entender porque foi um fenômeno instantâneo no Brasil. Num país de completa impunidade (para os “mocinhos” e “bandidos”), ver alguma justiça, mesmo brutalizada e cega, dá uma sensação que não existe no dia-a-dia. Tinham que fazer um filme dum justiceiro que fosse matando deputados, senadores, empresários, servidores públicos e outras categorias das corrompidas em nosso país. Mesmo também sendo completamente fascista, também daria esse “gostinho”.

Eu não tenho a solução para o fim desse ciclo de violência do tráfico, mas também me identifico com o coro que quer dizer perdeu, preibói. Apesar de ser favorável à completa descriminalização da maconha (e já ter fumado uns beques aqui e ali na vida), nunca comprei bagulho. Nunca coloquei grana nesse círculo, mas conheço gente que coloca. Neguinho que pode viver sem, se quiser, mas compra porque quer curtir o barato, igual a legião de jovens que se entopem de álcool todos os dias em qualquer balada. Eu acho que nego que quer fumar um, ou encher a cara, que faça em casa, que plante sua erva, ou saiba de onde vem, pelo menos. Senão, tá financiando o tráfico.

Enfim, é um lance controverso, e dá pra entender o apelo. Como efeito colateral do filme, agora posso entender todas as referências do filme que vieram nos SPAMs por e-mail e na (sub-)cultura da Internet. Eu tava quase pedindo pra sair.

Até!

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Ontem foi um dia cheio. Ainda meio quebrado da aula de caratê de quinta, fui almoçar no Waterfront. Lá, aproveitei para ir ao cinema, acho que pela segunda (no máximo terceira) vez esse ano. Fui assistir a refilmagem do Invasores de Corpos, The Invasion, com Nicole Kidman e Daniel Craig. Achei o filme bem massa, é um thriller bem bacana. Um belo meio termo entre ficção científica e filmes de zumbi.

Depois do filme (onde eu era um de três na sala de cinema), dei uma passada no Two Oceans Aquarium, já que sou membro. Eles estão renovando um monte de coisa, e as focas se mudaram para Durban. De lá, fui para a Cape Studies School of English, em Sea Point, onde o pessoal da escola me chamou para um Braai (o churras sul-africano).

Levei o violão, e fizemos altas cantorias, primeiro em português, depois com vários Beatles pela noite. Foi bem massa. Também comprei mais dois álbuns da Madam & Eve, e volto com quatro na bagagem para o Brasil.

Até!

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Ontem fui novamente no Philosophy Café, que estava muito mais cheio desta vez. A discussão foi centrada no poder e auto-definição do Eu. Quando alguém diz “Eu sou…” alguma coisa, isso tem um grande impacto na sua distinção e motivação. O ponto de partida da discussão veio de um livro de um filósofo americano, Alphonso Lingis [Google Books, Wikipedia], chamado The First Person Singular. Leia uns trechos abaixo:

‘But there are instances when the word “I” has a special force. “I am on my own now.” “I am a mother.” When, alone or in the presence of others, she says “I”, she impresses it upon herself, and her substance retains it. With these words, she takes a stand and faces ahead.’

‘The power to fix my own word on myself is a power that leaps over the succession of hours and days to determine the future now. One day, deep in the secrecy of my heart, I said, “I am a dancer,” and it is because and only because I uttered those words that I am now on the way to becoming a dancer.’

‘Our word, “I”… is the first and fundamental way we honour ourselves… The word of honour we have fixed upon ourselves is the real voice of conscience.’

“To say “I am a dancer” is not to impose upon myself an overall coherence and cohesion. In the heart of myself I am a dancer; but the whole of what I am is a singular compound of fragmentary systems of knowledge, incomplete stocks of information and discontinuous paradigms, disjoint fantasy fields, personal repetition cycles, and intermittent rituals.’

‘Our dancer conscience is not at all a critical function, a restraining force… Our artist conscience does not torment us with guilt feelings. In the words “I am a dancer!” “I am a mother!” “I am young still!” we feel surging power. Our pride in ourselves is a trust in the power of these words. There is a trembling pulse of joy in these words and a foretaste of joy to come. We trust our joy, for joy is expansive, opening wide upon what is, what happens, and it illuminates most broadly and most deeply.”

Lembrei de como eu tenho um pouco a ambigüidade de ser ao mesmo tempo Daniel e Anand. De me chamar Daniel, mas ser o Anand. E também pensei na questão da auto-definição. Até um tempo atrás, minha definição mais centrada seria dizer “eu sou um engenheiro”. Agora, não sei muito mais se existe uma definição central. Afinal, sou também um baterista, um gerente de projetos, um nerd, todas definições que me trazem prazer no orgulho dessas definições.

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