Os últimos dois dias foram bem cheios. Sexta feira voltei para o centro de Cape Town, no dia mais frio que eu peguei por aqui até agora. Estava chovendo, e a Table Mountain estava coberta de Table Cloth:
De manhã fomos no dentista, onde minha mãe começou a fazer seu tratamento de canal (Ai!). O dentista dela é um indiano bem bonachão, uma figura. Enquanto minha mãe sofria, fui até um café ali do lado e tomei um belo chococcino com croissant que estava uma delícia. De lá, aproveitamos para passar na Cape Town School of English, que era perto.
Lá, fiz meu teste para a aula de Inglês, que fiquei no Upper Intermediate, whatever it means. É uma sala meio lotada, então vamos ver na segunda como rola. De lá, fui conhecer as duas lojas de RPG de Cape Town. A Wizards e a Outer Limits. Não tem lá muita coisa, mas também não vou comprar nada que vá virar bagagem de volta. Minha idéia era só ver se arrumava uns contatos para jogar alguma coisa por aqui antes de ir embora. No final das contas, vi que a melhor idéia é arrumar uns contatos mesmo com os jogadores da UCT (University of Cape Town).
De tarde fomos para o Disa Park, o conjunto de prédios na base da Table Mountain, onde tirei a foto lá de cima. Ficamos lá um tempão conversando com Desmond e Veronica, amigos (e corretores) da mãe. Depois fomos de volta para o Greenmarket Square (uma feirinha meio famosa do centro de Cape Town) para encontrar o Robert, um amigo da época do Lead da minha mãe. O cara tem milhões de contatos aqui na África do Sul (na verdade, em todo o sul da África), e pode me ajudar bastante no trabalho para a Padtec. O cara até conhece os políticos envolvidos na copa do mundo, que todo chama aqui de twenty-ten (vinte-dez, em alusão à 2010).
Sábado fez o dia mais bonito desde que cheguei. Sol e céu azul o dia inteiro, estava fantástico. Logo de manhã, fui encontrar o professor de matemática John Volmink, que faz um trabalho de reforço de matemática para crianças carentes em Athlone, um bairro pobre das Cape Flats, uma das partes pobres da cidade. Me pegou num mini-ônibus, já com os seus três filhos pequenos dentro (um até dormiu no meu colo), e fomos pegando várias outras pessoas que ajudam o projeto.
Lá, fiquei no lugar de um dos professores que teve um acidente de carro. Ele até estava lá, mas de muletas e meio mals, coitado. Fiquei, durante umas três horas, tentando explicar para um grupo de oito alunos da décima-primeira séria (acho que é tipo primeiro ou segundo ano colegial) sistemas de inequações. Dá pra perceber que alguns dos alunos não tinha a menor idéia do que eu estava falando e precisam de pegar algo mais básico antes. Mas foi bem interessante, acho que vou ajudar nessas aulas todo sábado de manhã. Curioso também que só tinha eu e uma moça ruiva de brancos (no caso dela, bem branca). Todo o resto eram negros e pardos. Eu era o “cara do Brasil”! 🙂
É interessante que aqui só falo Inglês mesmo. Quando a mãe for embora, até vou sentir uma saudade de falar português. Espero que até lá eu já tenha Internet e Skype! 😀
Bom, mas depois o sábado continuou. Fui até Simon’s Town, a cidadezinha aqui do lado de Fish Hoek, para comprar cerveja. No caminho, uma mega baleia na baía de Simon’s Town, muito legal, super pertinho. Tentei tirar umas fotos com o celular, mas não saiu nada. Dá pra entender porque não conseguem foto do monstro do lago Ness! Ainda passei pela praia depois, porque estava um sol massa. Aí mais de tarde o Robert veio em casa para uma visita, onde ficamos três horas falando da política local (que merece um post a parte). Mais tarde, chegaram a Wendy (minha “sponsor” do meu visto) e seu marido Don, a Helen (filósofa) e seu marido Rob (matemático). Depois de uns vinhos e margaritas, o papo com esse povo ficou muito bom, altas viagens.
Enfim, foi dez. Segunda conto da minha aula de Inglês. Até!