Porque tolerância e compreensão tem dois lados

Gostei do texto. Please, se for comentar, leia o artigo até o fim, grato.

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Joelma e Daniela: liberdade, libertinagem, tolerância e fé
Só faltou apedrejarem Joelma, cantora da banda Calypso. Ela declarou que é contra o casamento gay e que não queria ter um filho gay. Só faltou beatificarem Daniela Mercury. Assumiu seu casamento com u…

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By Anand

Engenheiro, Baterista, RPGista e nerd de carteirinha.

18 comments

  1. Não concordo com o argumento que a opinião (ou o preconceito) não é dela, mas do livro sagrado da religião que ela escolheu.

    O mesmo livro prega escravidão, dita as regras sobre como bater nos seus escravos, sobre como exterminar pessoas de outra raça. Nem por isso vemos Papa algum pregando essas coisas, nem cristão adotando essas ideias retrógradas.

    Por que? Porque cabe a interpretação do texto. Hoje, para o cristão "de verdade", todo homem é igual perante deus. Dois séculos atrás, os mesmos cristãos "de verdade" usavam o mesmo livro para justificar a diferença racial.

    Aliás, o próprio Feliciano já fez menção dessa ideia, "raça amaldiçoada" na Bíblia.

    Mas eu concordo com o artigo que a liberdade de expressão corta dos dois lados. Todos tem o direito a sua opinião e o direito de expressá-la.
    Todos nós temos os nossos preconceitos. A diferença entre uma pessoa ou outra é como a pessoa reage quando é alertada sobre o preconceito. Reforma sua opinião? Tenta racionalizar e justificar? Joga a culpa em algum texto antigo ou na sua escolha religiosa?

    A explicação de porque a Joelma ou o taxista disseram o que disseram faz sentido. Não sabiam melhor, vieram de backgrounds onde a homossexualidade não é totalmente aceita. O que quero ver é se entendem que preconceito é preconceito, que é errado, e se mudam de opinião.

    (Perdoe os typos, digitando no celular).

  2. Não acho que as pessoas possam falar o que quiserem, segue minha explicação: 

    Um ponto importante para mim é que ela fala do homosexual como doente que precisa ser regenerado, isto (mesmo sendo a opinião dela) está errado, esse pensamento preconceituoso tem impactos negativos para as pessoas, o simples preconceito, quando exposto de maneira pública causa danos.

    A simples verbalização de um preconceito é danoso para a sociedade e principalmente para o grupo sofrendo o preconceito, isso ostraciza e causa danos psíquicos para estas pessoas.

    Tratar e e chamar um homosexual de doente além de deprimí-lo e fazê-lo sentir-se um pária na sociedade reforça comportamentos como do taxista.

    Assim como ninguém sai por aí chamando negros de macacos e mulheres de burras. Não porque que algumas pessoas não queiram, mas e porque é crime, deveria também criminalizar esse tipo de comentário, (chamar homosexuais de doentes, ou deixar implícito).

  3. Quando a liberdade de expressão é usada para transmitir idéias, algumas vezes ela simplesmente usada para agredir. Como ser social e intelectual podemos, e muitas vezes sofremos mais com agressões verbais que físicas. Seu chefe/pai/marido pode dizer que você é um merda? Não podem, por que a Joelma pode dizer que gays são doentes? Prefiro que as pessoas se respeitassem por educação, enquanto isso, prefiro respeito por lei que os danos da agressão verbal

  4. Eu não apoio censura em qualquer motivo pois traçar a linha do que deve ser censurado (do que qualifica falta de respeito) é um processo extremamente falho, já que o que é agressão é subjetivo.

    Lei de censura para determinadas ideias não protegem a população delas (vide os casos de racismo ainda existentes), mas criam pessoas mais despreparadas para argumentar contra o tema "banido". Prefiro uma população que debate o tema do racismo e chega à conclusão sobre o que é certo, do que uma que simplesmente aceita uma lei escrita.

    Prefiro uma população educada a não se sentir agredida por uma simples ideia, mal argumentada.

  5. Minha tréplica :-):

    O que é agressão subjetivo, concordo plenamente, assim como o que é certo e errado. Escravidão é errado? Não, é subjetivo. Através de debates, algumas pessoas concordaram sobre isso e depois impuseram através de lutas armadas e debates seus pontos de vista. O fato de isso ser subjetivo faz a escravidão ser mais aceitável pra você?

    Eu concordo plenamente com a liberdade de expressão, você deve ter liberdade de ser racista ou homofóbico, só não acho que deveria usar meios midiáticos públicos, pois seu comentário é agressivo. E como disse acima: subjetivo por opinião, mas objetivo por lei (assim como a escravidão). (não no caso da homofobia, ainda não é crime).

    O simples fato de racismo ser proibido também não impede que ele seja debatido, assim como o fato da escravidão ser proibida não impede que as pessoas discutam suas vantagens e desvantagens, seus efeitos e impactos sociais e históricos. Inclusive, podem até mudar de ponto de vista atual (contra escravidão), votar nos políticos que apoiam a causa e a escravidão poderia voltar.

    Por último acho que se sentir agredido por palavras não é uma questão de educação, não tenho conhecimentos de psicologia, nem de estatísticas sobre o assunto, mas minha impressão é que o fato de você ter estudado ou lido bastante não te faz sentir menos mal quando te chamam de doente, macaco ou filha da puta.

  6. Mas no caso da Joelma, ela é uma figura pública. As pessoas foram até ela querendo saber sua opinião, e ela falou. Uma figura pública, "formadora de opinião", realmente deveria ter mais cuidado com suas palavras. Mas no caso dela, não acho que ela julgue seu comentário agressivo. Gostemos ou não, ela realmente acha que homossexuais são doentes.

  7. (finalmente no laptop e digitando em um teclado decente :P)

    Concordo que o julgamento de valor sobre a escravidão é subjetivo também, como o julgamento de valor sobre a censura ou o que deve ser censurado é subjetivo. O resultado da decisão (ou a objetivação em uma lei), no entanto, fere outros direitos.

    Decidir a favor da escravidão é decidir contra os Direitos Humanos, contra o direito de liberdade, protegidos pela Constituição.

    Decidir a favor da censura prévia é decidir contra a mesma Carta, que protege o direito de expressão (não deve haver censura prévia, somente responsabilização posterior).

    O direito à honra, também incluso nos direitos fundamentais, será protegido através de censuras posteriores, através de ordens judiciais. Cabe à Justiça a interpretação das normas da Constituição e das leis, aplicando a restrição necessária – principalmente em casos de colisão dos direitos fundamentais!

    Em outras palavras, não deve existir filtro, censura ou restrição na liberdade de expressão. No entanto, uma vez configurada a agressão à honra alheia, cabe ao Judiciário impor limites para que tal agressão cesse.

    Sobre "se sentir mal", por que deveria o Estado tentar proteger a todos para que não "se sintam mal"? Proteger a honra é outra coisa.

  8. Sinceramente, acredito que o que reforça comportamentos como o do taxista é o comportamento do autor do artigo. Discorda, mas não debate, não argumenta contra. Acha que é errado, mas fica quieto, não diz na cara do taxista como é absurda a postura dele e porque é absurda.

  9. Mas e quando você fala publicamente que homosexuais são doentes? É descriminação ou "burrice" (não gosto de usar este termo)? 

    Eu concordo que ela não teve intenção de agredir, mas isso também não torna a agressão menor ou mais branda, mas como foi apontado pelo +Rodolpho Eckhardt  qualquer um poderia entrar com um processo por danos, mas isso não resolve alguns outros casos.

    O problema é  tratar cada caso como um caso, e julgado pelo judiciário é que, como bem sabemos no Brasil, são poucos que tem acesso a justiça. Nesse caso todos os homosexuais sem acesso ao poder judiciário continuariam sendo discriminados, se a justiça fosse melhor e também a educação, acho que não precisaríamos de censura, poderíamos tratar cada caso como um caso a parte. Mas quando não existe estado, é apocalipse zumbi.

  10. Ela é livre para achar que homossexuais são doentes, que são pecadores e aberrações.

    Para o Daniel, a discriminação começa quando ela publica essa opinião (pelo que eu entendi do comentário dele).

    Para mim, a discriminação só começa quando o direito de algum homossexual for ferido por essa opinião dela. Se ela falar, falar e falar, mas isso não causar dano algum a um direito de outra pessoa, não houve discriminação.

    Ainda com uma lei que censure idéias homofóbicas de serem publicadas, cada caso ainda será tratado como um caso único pela Justiça. Como cada caso de suposto racismo tem que ser avaliado para que o Juíz decida se houve de fato racismo.

  11. Cara, eu acho que a questão principal é lembrar a diferença entre preconceito e discriminação.

    Preconceito pode ser reflexo de ignorância, de uma cultura específica, de uma religião específica, enfim… O preconceito de uma pessoa pode dizer algumas coisas sobre ela, mas não acho que as pessoas não tenham "direito" a ter seus preconceitos. O preconceito em si não afeta os direitos de terceiros, só prejudica a visão da pessoa que o tem. E a verdade é que todos nós provavelmente temos mais que um preconceito (mesmo que seja com coisas bobas como um tipo de comida, um filme, etc)

    A discriminação já é outra coisa, e só pode vir de atos, não de meras opiniões, tem a ver com efetivamente afetar os direitos de terceiros e não necessariamente uma pessoa tem que ser preconceituosa para discriminar alguem.

  12. Cheguei atrasada na discussão, mas lá vai:
    +Rodolpho Eckhardt traduzindo o que o autor falou, a idéia não é dela, nem da bíblia. Provavelmente ela nunca leu a bíblia mas aceitou a interpretação de alguém que passou pra ela (pastor/padre) – esses sim são os culpados por gerar ignorância.

    Também sou contra censura de qualquer forma e acho bom ela ter falado sobre isso publicamente. Gera discussão e as pessoas pensam sobre o assunto o que já é incrível mesmo se no final concordarem com ela.

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